SÃO PAULO – O Banco Central passou a incluir, além do Bitcoin, o volume de outras criptomoedas em seu balanço de estatísticas do setor externo. Segundo a autoridade monetária, os brasileiros compraram cerca de US$ 3,7 bilhões em moedas digitais entre janeiro e julho deste ano.
Esse volume inclui compra em corretoras de criptomoedas internacionais, em plataformas P2P e em mineração.
O dados do BC também mostram que os brasileiros exportaram algo da ordem de US$ 4 milhões em criptomoedas no período.
“Não há registros aduaneiros para criptomoedas não incluídas na estatística de comércio exterior de mercadorias. Para inclusão na balança, as transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio”, escreve a autarquia.
De acordo com o BC, a transferência de propriedade de criptoativos entre residentes e não residentes passará a ser documentada na seção “conta de bens” do balanço de pagamentos. A inclusão dos dados atende uma recomendação metodológica do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na quarta-feira (25), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que há um crescimento muito grande do uso de criptomoedas como investimento, ao invés do uso como meio de pagamentos.
“Quem regula criptomoedas no Brasil é a CVM e entendemos que é mais importante regular primeiro como investimento”, afirmou, em participação na 11ª Reunião do Núcleo de Estudos Avançados de Regulação do Sistema Financeiro Nacional (Neasf), organizada pela Fundação Getúlio Vargas.
Campos Neto também voltou a defender a criação de uma moeda digital emitida, ou pelo menos controlada, pelo BC. “Hoje, o Pix já atende quase todas as demandas das pessoas por uma moeda digital para pagamentos”, completou.
Fonte: Infomoney com Estadão Conteúdo