A locação de equipamentos de tecnologia para empresas e para o setor público, em detrimento da compra desses ativos, deve ganhar cada vez mais espaço nos resultados da Positivo Tecnologia (POSI3).
“O HaaS (Hardware as a Service) é uma tendência global que deve continuar crescendo, mas não a ponto de substituir as compras”, afirmou o vice-presidente de finanças e relações com investidores da empresa, Caio Moraes, em live do InfoMoney.
Esse movimento aumentou com a pandemia. Segundo Moraes, a partir do final de 2020, empresas e órgãos públicos começaram a investir em tecnologia, o que impactou os resultados da Positivo. Para ele, o modelo híbrido “veio para ficar” no período pós-pandemia, o que deve continuar tendo reflexo positivo sobre os números da empresa.
A compra de computadores por pessoas físicas, embora tenha também crescido com a pandemia, deve arrefecer em 2022, aumentando a representatividade do SaaS (Software as a Service, uma forma de disponibilizar softwares e soluções de tecnologia por meio da internet, como um serviço) para a Positivo. Moraes citou dados que indicam uma retração naquele mercado na ordem de 10% a 15% até o fim do ano.
De acordo com o VP, os problemas que atingiram a cadeia de suprimentos do setor de tecnologia, bem como a logística de produção, já que a empresa possui bases e fornecedores na Ásia, não afetaram a operação da Positivo. “Acredito que o pior já passou. Temos observado uma tendência de queda no preço de alguns componentes e mesmo o frete já vem caindo, embora ainda esteja caro”, disse.
A variação cambial também não deve impactar os resultados, nem os estoques. Segundo Moraes, a Positivo tem uma política de hedge que protege os ativos da empresa da volatilidade do dólar. “Conseguimos proteger projetos de governos em níveis de câmbio mais elevados, o que é positivo para a companhia. Acreditamos que, no fim das contas, o dólar tende a não ter tanto impacto, apenas em relação aos nossos estoques voltados ao consumidor”.
Sobre remuneração ao acionista, o executivo da Positivo revelou que a pretensão é distribuir 25% do lucro líquido em forma de dividendos neste ano. Moraes também mencionou o programa de recompra de ações da empresa por um banco parceiro.
“A gente tem uma geração de caixa bem mais robusta, se comparar com anos anteriores. A gente está crescendo bastante e este ano vamos crescer de novo. Na crença que o atual preço da ação não reflete o potencial da companhia, o valor intrínseco da companhia, a gente seguiu este caminho de contratar um banco parceiro, que já está começando a realizar algumas recompras, para poder garantir que isso vai acontecer”, afirmou.
Moraes falou também sobre o follow-on (oferta subsequente de ações, quando uma empresa que já é de capital aberto faz uma nova oferta de ações) e a emissão de debêntures que a Positivo fez em 2021, e disse que a empresa deve anunciar novas parcerias em 2022, como as que já existem com a Cielo e a Stone, por exemplo. Segundo ele, esse “é um negócio que deve crescer bastante no portfólio da companhia”.
Fonte: Infomoney